Ouro é negociado em máximas enquanto mercados aguardam o Simpósio de Jackson Hole

​Todas as atenções estão voltadas para o Simpósio de Jackson Hole, que ocorrerá na sexta-feira. O discurso do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, é aguardado com grande expectativa. Enquanto isso, o contrato de ouro XAAUSD registrou uma forte valorização na última sexta-feira, atingindo novas máximas e estabelecendo um novo ponto de resistência importante em US$ 2.500 por onça.

Na última semana, uma série de indicadores econômicos relevantes, tanto no Brasil quanto no exterior, movimentou os mercados financeiros de forma significativa. Nos Estados Unidos, os dados econômicos trouxeram resultados mistos, gerando diferentes interpretações entre os investidores. Por um lado, as expectativas de que o Federal Reserve (Fed) possa cortar os juros em setembro foram reforçadas, o que acalmou os mercados. Por outro lado, os dados diminuíram os temores de um “pouso forçado” na economia americana, sinalizando uma possível desaceleração econômica controlada, em vez de uma recessão abrupta.

Esses fatores impulsionaram os principais índices de ações nos EUA, resultando na melhor semana do ano para o S&P 500, que registrou um ganho de 3,93%. O Dow Jones também apresentou um desempenho robusto, avançando 2,94%, enquanto o Nasdaq se destacou com um salto de 5,29%.

No Brasil, o Ibovespa acompanhou um rali que o levou a renovar seu recorde intraday após oito meses, embora não tenha alcançado um novo recorde de fechamento. Na semana, o índice subiu 2,5%, refletindo o otimismo do mercado com os dados econômicos domésticos. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) de junho mostrou um desempenho sólido da economia brasileira, o que elevou as expectativas de um possível aumento na taxa Selic. Desde a semana passada, quando Gabriel Galípolo, diretor do Banco Central, mencionou a possibilidade de um aperto monetário pelo Copom, o mercado começou a precificar uma possível alta nos juros.

Essa perspectiva foi reforçada durante a reunião do Banco Central com economistas na sexta-feira, onde surgiram relatos de que uma alta de 2 pontos percentuais na Selic poderia ocorrer ainda este ano. Ao mesmo tempo, a tensão entre o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Congresso, relacionada às emendas impositivas, começou a interferir na agenda econômica. Projetos cruciais, como a segunda etapa da reforma tributária e o projeto de compensação da desoneração, tiveram suas votações adiadas, demonstrando que as incertezas políticas continuam a impactar o cenário econômico brasileiro.

Perspectivas para a semana: Tensão nos mercados globais e expectativas sobre decisões econômicas

Esta semana promete ser de alta tensão para os mercados globais, com os investidores atentos a uma série de eventos e decisões cruciais que podem definir os rumos da economia mundial. Nos Estados Unidos, a incerteza sobre a capacidade da economia americana de evitar um “hard landing” (desaceleração econômica brusca) persiste. Diante desse cenário, todas as atenções estão voltadas para o Simpósio de Jackson Hole, que ocorrerá na sexta-feira. O discurso do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, é aguardado com grande expectativa, pois pode fornecer pistas sobre os próximos passos da política monetária americana.

Antes disso, na quarta-feira, será divulgada a ata da última reunião do Fed, documento fundamental para entender o pensamento dos membros do comitê sobre o futuro dos juros nos EUA. Esse cenário de cautela é ainda mais complicado pela situação da China, a segunda maior economia do mundo, que também enfrenta desafios econômicos significativos. Na noite de quarta-feira, o Banco Central chinês anunciará sua decisão sobre a taxa de juros, em um movimento que pode ter repercussões importantes para os mercados globais.

No cenário econômico doméstico, a agenda desta semana é relativamente leve. O destaque fica para as prévias do Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S), previstas para sexta-feira. No entanto, o mercado brasileiro continua a reagir ao forte crescimento do IBC-Br de junho, indicador que mede a atividade econômica no Brasil, levando analistas a revisarem para cima suas previsões para o PIB deste ano. Esse resultado também reacendeu a discussão sobre a possibilidade de o Comitê de Política Monetária (Copom) voltar a subir a taxa Selic, adicionando mais uma camada de incerteza para os próximos meses.

Análise do Ouro

O contrato de ouro XAAUSD registrou uma forte valorização na última sexta-feira, atingindo novas máximas e estabelecendo um novo ponto de resistência importante em US$ 2.500 por onça. O metal iniciou a semana negociando próximo à zona de resistência. Embora tenha ensaiado um movimento de correção, o preço retornou ao patamar de US$ 2.500, deixando o mercado indeciso.

A tendência é de alta forte, mas operações longas são recomendadas apenas após a confirmação de rompimento dessa resistência.

XAUUSD Chart — Gold Spot US Dollar Price — TradingView

Análise do Euro/Dólar

O par EURUSD vem renovando topos à medida que o dólar americano enfraquece, impulsionado pelas expectativas de cortes de juros nos EUA. Apesar da tendência de alta forte no curto prazo, o par está se aproximando de resistências significativas, que interromperam a tendência recentemente. Utilizando essas resistências como alvo ou gatilho, é prudente aguardar uma vela de confirmação antes de tomar decisões para ambos os cenários.

EUR USD Chart — Euro to Dollar Rate — TradingView

Artigo por Marcos Praça, Analista ZERO Markets

Atenção: A opinião do analista Marcos Praça, CNPI-T 4199, é de responsabilidade exclusiva do autor e não representa necessariamente a opinião da ZERO Markets. Aviso de Risco: As informações fornecidas neste vídeo são de natureza geral com o propósito de educar. Estas informações não constituem aconselhamento de investimentos de forma alguma, nem têm qualquer relação com os objetivos de investimentos específico, situação financeira ou necessidades individuais de qualquer pessoa em particular que os receba. Invista com Responsabilidade: Investir no mercado financeiro apresenta um risco elevado e pode não ser adequado para todos os investidores. A corretora ZERO Markets não aceita aplicação de residentes de países ou jurisdições nas quais o uso e distribuição viole as leis e regulamentos locais.

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