Preparados para uma semana decisiva nos mercados? 💼💰 Reunião do Fed, dados de inflação nos EUA e Brasil, e movimentações econômicas no cenário nacional estão entre os destaques que podem impactar suas estratégias de investimento.
Super Quarta e Dados de Inflação Elevam Expectativas do Mercado
Esta semana promete ser agitada tanto nos mercados internacionais quanto no cenário doméstico brasileiro. Nos Estados Unidos, todas as atenções estarão voltadas para a aguardada “Super Quarta”, com a reunião do FOMC. Espera-se que o Federal Reserve mantenha as taxas de juros estáveis; no entanto, o foco estará no gráfico de pontos e na coletiva de imprensa liderada por Jerome Powell. O recente relatório de emprego robusto abalou as expectativas de dois cortes nas taxas este ano, levando a uma reavaliação do início do ciclo de queda, inicialmente previsto para setembro.
Além disso, durante a semana, serão divulgados importantes indicadores econômicos nos EUA, como o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) na quarta-feira e o Índice de Preços ao Produtor (PPI) na quinta-feira. Esses dados serão cruciais para avaliar o panorama da inflação nos Estados Unidos.
No cenário brasileiro, a semana começa com o dólar americano valendo R$ 5,36. O mercado nacional enfrenta um período tenso, com muitas especulações e incertezas. As declarações do ministro Fernando Haddad adicionaram combustível às preocupações, especialmente no que diz respeito a questões financeiras e fiscais. A possibilidade de contingenciar até R$ 30 bilhões em despesas é um tema delicado, que afeta diretamente as expectativas dos investidores.
A incerteza em torno das decisões do governo, especialmente sobre cortes de gastos e possíveis mudanças no arcabouço fiscal, gera uma reação negativa no mercado, refletida na pressão sobre o câmbio, os juros futuros e a queda no Ibovespa. A percepção de que o governo pode optar por não cortar gastos, mas mudar o arcabouço fiscal, adiciona uma camada adicional de preocupação para os investidores.
A influência dos eventos externos, como o relatório de emprego nos EUA, afeta as expectativas em relação à política monetária do Federal Reserve e, consequentemente, as perspectivas para o mercado financeiro brasileiro. Na sexta-feira, foi divulgado o Payroll de maio, com a criação de 272 mil novas vagas de emprego, ante a projeção de 182 mil novas vagas. Essa diferença positiva de 90 mil reduziu as apostas de cortes de juros do Fed para este ano. Agora, a aposta majoritária é de apenas um corte de juros até o final de 2024, possivelmente na reunião de setembro ou novembro.
Na quinta-feira, o BCE realizou o primeiro corte de juros da Europa, iniciando um ciclo expansionista entre as grandes potências. Após a reunião, Christine Lagarde deixou claro que, apesar do corte, não há tendência de novos cortes; cada movimento será analisado e discutido em cada reunião, sem nada programado para a próxima.
Enquanto isso, na Ásia, o foco estará no Japão e na China. É esperado que o Banco do Japão mantenha sua política monetária na sexta-feira, adiando qualquer movimento de aperto para o próximo mês. Na China, dados importantes sobre a inflação serão divulgados amanhã à noite, influenciando as perspectivas globais.
No Brasil, a semana também reserva importantes divulgações de dados econômicos. A inflação medida pelo IPCA de maio será divulgada na terça-feira, juntamente com o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) de abril na sexta-feira. Além disso, os investidores estarão de olho nas vendas no varejo na quinta-feira e no volume de serviços na quarta-feira. Tudo isso ocorre em meio a um contexto de desancoragem das expectativas de inflação, impulsionado pelo dólar pressionado pelo Fed e pelos desafios fiscais enfrentados pelo país.
E nesta semana?
Para esta semana, os eventos econômicos prometem ser cruciais, com a reunião do Fed e os esforços do ministro Haddad para convencer o Congresso sobre a MP do PIS/Cofins. A habilidade do governo em lidar com essas questões terá um impacto significativo nos mercados domésticos.
Na terça-feira, será divulgado o IPCA no Brasil. Na quarta-feira, será a vez do CPI na Alemanha e nos EUA, juntamente com a reunião do FOMC e a coletiva de imprensa liderada por Jerome Powell. Na quinta-feira, mais números de inflação serão revelados, com a divulgação do PPI americano.
Esses são os destaques da semana. Pode-se esperar forte volatilidade, possíveis surpresas, especialmente nos dados de inflação, e discursos impactantes, com potencial significativo de movimentar os mercados. Todo cuidado é pouco nesta semana; é importante ficar de olho nos horários de cada evento do calendário econômico.
Análise do Ouro
O contrato de ouro XAUUSD despencou na última sexta-feira após os fortes dados do payroll. Apesar da queda acentuada, não houve força para romper o suporte em $2.285 a onça troy, sendo esse o fundo do canal de consolidação de topo. Nesta segunda-feira, o ouro opera em alta, tendo como resistência a média móvel de 50 períodos no gráfico diário. Para o resto da semana, espera-se um movimento maior de correção da queda de sexta-feira, com grandes chances de um movimento direcional, dependendo do CPI americano e das declarações de Powell após a reunião do FOMC.
Análise do Euro/Dólar
O par EURUSD lateralizou na semana passada, deixando um falso rompimento na LTB. Após o Payroll, o par despencou e fechou na mínima do dia. Hoje, abriu a semana com um gap de baixa e segue em território negativo. No atual cenário, fica difícil projetar uma tendência, visto que o par está muito estressado e haverá fortes indicadores nos EUA e na Europa nesta semana. A tendência é de baixa, mas é importante ficar atento ao calendário econômico, pois as condições podem inverter rapidamente.
Artigo por Marcos Praça, Analista ZERO Markets
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