Cortes de juros seguem no radar em semana curta com feriado I Panorama Semanal

O feriado de Páscoa nas bolsas encurta o período de negociações esta semana. Mesmo assim, além da nova política monetária do Japão, teremos novos dados de inflação, emprego e o PIB trimestral do Reino Unido e dos Estados Unidos, e o PCE americano, fundamental para as projeções de política monetária do FED.

A semana passada foi marcada por decisões de política monetária de vários BCs. Muitas das decisões já eram esperadas, mas algumas vieram com uma pitada de novidade. Em primeiro lugar, vou destacar o Banco do Japão, que em uma decisão histórica, retirou as taxas negativas do Japão. Essa política de taxas negativas no Japão já perdurava por 17 anos e, na prática, desestimula o investidor a deixar o dinheiro parado, jogando o estímulo para a economia. Parece uma boa ideia, mas tem como colateral a fuga de capital, causando uma forte desvalorização da moeda local, à medida que o investidor migra seus investimentos em renda fixa para países com uma taxa de juros maior. A mudança não foi tão expressiva, mas saiu do negativo para o positivo e marca o fim de um engessamento de 17 anos, abrindo caminho para novos ajustes. A segunda surpresa veio do Banco da Suíça, que surpreendeu a todos ao dar a largada no ciclo de cortes de taxas na Europa. O mercado já está precificando o ciclo de cortes, mas até então estávamos apenas pulando as previsões do início de reunião em reunião. Após a Suíça tomar a decisão, o BoE não ficou para trás, onde dois membros que tinham uma postura bastante conservadora votaram pela manutenção dos juros no Reino Unido, abrindo caminho para um corte a partir do meio do ano.

Apesar desses pontos terem sido importantes e disruptivos, é claro que o que mais fez preço foi o discurso do presidente do Banco Central americano, Jerome Powell, logo após o FOMC, na quarta-feira. A inflação de janeiro e de fevereiro vieram levemente acima do esperado, e diante desses dados, todos aguardavam um discurso duro como já de costume, que inclusive pudesse reduzir as projeções de três para dois cortes de juros este ano nos EUA. Mas recebemos justamente o oposto. Powell surpreendeu a todos com uma postura dovish, inclinando-se mais para o ciclo expansionista, cortando os juros. Ele deixou claro que um dado ou outro de inflação acima do esperado não muda os planos, e que, apesar de ser necessário esperar por mais confiança, os três cortes de juros para este ano seguem na mesa. Esse discurso fora das expectativas causou forte volatilidade no mercado, levando o ouro e o índice americano para sua máxima histórica. Está bem evidente que a atual bull run é movida pelos futuros cortes de juros.

E veja bem, na contramão dos discursos da semana passada, temos um dos membros do FED apavorando o mercado nesta segunda-feira. Raphael Bostic, representante do FED de Atlanta, falou em seu discurso na sexta-feira e reforçou nesta segunda-feira que prevê apenas um corte de 0,25% neste ano, ante dois cortes projetados por ele anteriormente. Segundo Bostic, muitos itens da cesta de consumo estão aumentando a uma taxa elevada, e que a economia segue trazendo surpresas e sendo mais forte e resiliente do que ele havia previsto, sendo mais apropriado mudar a projeção. A fala de Bostic vai em choque com o discurso de Powell e repercutiu nos juros futuros e nas apostas no CME, caindo de 66,7% as apostas para o primeiro corte em junho, para 63,5%.

Para esta semana…

Semana reduzida nas bolsas, devido ao feriado de Páscoa na sexta-feira. Na terça e quarta-feira, teremos dados de inflação e emprego no Brasil. Na quinta-feira, teremos o PIB trimestral do Reino Unido e dos Estados Unidos. E na sexta-feira, apesar das bolsas estarem fechadas, teremos o PCE americano, o dado de inflação mais utilizado pelo FED.

Análise do Ouro

O contrato de ouro XAUUSD formou um retângulo de consolidação em seu topo histórico. Apesar do forte rompimento na quinta-feira, não deixou de ser um falso rompimento, mas também evidencia a provável direção do ativo diante dos cortes de juros que teremos pela frente. Por enquanto, seguimos consolidados, à espera de dados que direcionem os cortes de juros dos EUA, podendo haver uma volatilidade maior na semana seguinte, após o PCE na sexta-feira.

XAUUSD chart – Gold Spot / U.S. Dollar (TradingView)

Análise do Euro/Dólar

O par EURUSD rompeu o canal de baixa e encontrou suporte na região de U$1.08. Hoje está sendo negociado entre as médias móveis de 50 e 200 períodos do gráfico diário, e devido à baixa distância entre elas, podemos notar a falta de volatilidade, o que dificulta a definição de uma tendência para a semana.

EURUSD chart – Euro / U.S. Dollar

Artigo por Marcos Praça, Analista ZERO Markets

Atenção: A opinião do analista Marcos Praça, CNPI-T 4199, é de responsabilidade exclusiva do autor e não representa necessariamente a opinião da ZERO Markets. Aviso de Risco: As informações fornecidas neste vídeo são de natureza geral com o propósito de educar. Estas informações não constituem aconselhamento de investimentos de forma alguma, nem têm qualquer relação com os objetivos de investimentos específico, situação financeira ou necessidades individuais de qualquer pessoa em particular que os receba. Invista com Responsabilidade: Investir no mercado financeiro apresenta um risco elevado e pode não ser adequado para todos os investidores. A corretora ZERO Markets não aceita aplicação de residentes de países ou jurisdições nas quais o uso e distribuição viole as leis e regulamentos locais.


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