Descubra o que está movimentando os mercados financeiros esta semana: decisões de juros dos Bancos Centrais globais e discursos dos membros, juntamente com o impacto dos conflitos geopolíticos.
Semana de Decisão de Juros Cheia de Armadilhas
Esta semana promete ser intensa, com pelo menos dez Bancos Centrais globais decidindo sobre as taxas de juros. Embora muitos movimentos já sejam previsíveis, sempre há espaço para surpresas.
Primeiramente, vamos recapitular a semana passada.
A semana encerrou com os mercados acionários em baixa, enquanto as taxas de juros e o dólar registraram alta, com os investidores se preparando para as decisões de política monetária desta semana. Os dados de inflação nos Estados Unidos, um pouco acima do esperado, podem levar o Fed a adotar uma postura mais cautelosa em relação ao afrouxamento monetário. As apostas na Bolsa de Mercadorias e Futuros de Chicago (CME) continuam majoritariamente apontando para o início de um ciclo de cortes em junho, mas os investidores estão questionando o número de cortes previstos para este ano. Anteriormente, o gráfico de pontos do Fed, divulgado logo após as reuniões do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC), indicava três cortes de juros para este ano, mas com os recentes dados de inflação, esse número pode ser reduzido para dois. Essa incerteza sobre o número de cortes para este ano está no centro das atenções, e dependendo do que o gráfico de pontos sinalizar, pode haver pressão global sobre o dólar americano, que já está se valorizando significativamente no contrato DXY.
Outra possível surpresa desta semana é a decisão de política monetária do Japão, onde há expectativas de acabar com os juros negativos agora. A decisão será divulgada hoje à noite, e caso não ocorra agora, espera-se que ocorra até abril.
No Brasil, a decisão será anunciada junto com a dos Estados Unidos na quarta-feira. Apesar das expectativas de mais um ajuste de 0,5%, resta a dúvida sobre a continuidade dos cortes, se manterão o mesmo ritmo de 0,5% ou se sinalizarão um ritmo mais lento para as próximas reuniões.
Conflitos Emergentes
O preço do petróleo tem se elevado e recebeu um impulso adicional esta semana após um ataque a uma refinaria russa, que processa cerca de 170 mil barris por dia, deixando aproximadamente 7% da capacidade de refino russa ociosa no primeiro trimestre. O petróleo Brent está sendo cotado acima de US$ 86 por barril, e esse aumento pode exercer pressão sobre a inflação a médio prazo, o que poderia influenciar imediatamente as decisões do Fed. Apesar do cenário sombrio, esses conflitos têm potencial para escalonar ainda mais.
Vladimir Putin, presidente da Rússia e figura central no conflito com a Ucrânia, foi reeleito com 88% dos votos, segundo dados do governo russo. Embora sua reeleição fosse esperada, isso pode agravar o conflito a partir de agora, pois aparentemente confirma um apoio da população às ações do presidente. No Oriente Médio, também não há boas notícias, com os ataques se intensificando enquanto um acordo de cessar-fogo ainda não é alcançado.
Para esta semana…
O foco principal está nas decisões de juros dos Bancos Centrais e nos discursos que seguem logo após, marcando o fim do período de silêncio e proporcionando novos insights dos membros. A partir de amanhã, temos a decisão do Banco do Japão, e na quarta-feira, teremos a tão aguardada “super quarta-feira”, com as decisões dos Estados Unidos e do Brasil anunciadas em conjunto. No entanto, a especulação se estende ao longo da semana com os discursos dos membros dos Bancos Centrais. Também devemos estar atentos às notícias de última hora, pois uma escalada nos atuais conflitos geopolíticos pode mudar o cenário rapidamente.
Análise do Ouro
O contrato de ouro XAUUSD vem corrigindo lentamente após uma alta expressiva. Após alcançar a primeira retração de Fibonacci, hoje testou a máxima histórica anterior, em US$ 2150, que atuou como suporte. Esta semana apresenta fortes insights que podem fortalecer o movimento de correção; portanto, devemos ficar atentos às próximas retrações.
Análise do Euro/Dólar
O par EURUSD rompeu hoje o canal de alta. É crucial aguardar a confirmação desse rompimento, observando a abertura do mercado amanhã, que precisa ocorrer em baixa para validar uma entrada. Logo abaixo, temos as médias móveis de 50 e 200 períodos do gráfico diário, que podem atuar como suporte.
Artigo por Marcos Praça, Analista ZERO Markets
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