Primeiro Payroll do ano divide apostas – enquanto mercado aguarda CPI para a prova real.

No Panorama Semanal de hoje veremos os reflexos do primeiro Payroll do ano até as projeções para os dados de inflação nos EUA e Brasil. Vamos conectar os pontos cruciais que impactarão suas decisões de investimento e analisar insights valiosos para a sua estratégia financeira!

Primeiro Payroll do Ano Divide Apostas Enquanto Mercado Aguarda CPI para a Prova Real

A última semana foi marcada pela baixa liquidez e resquícios do otimismo do final do ano, enquanto o mercado aguardava os dados do payroll de dezembro. As bolsas em NY tiveram uma sessão de altas e baixas nesta primeira sexta-feira de 2024, com uma reação inicial negativa sobre o payroll de dezembro acima do esperado (216 mil empregos). Posteriormente, os investidores reavaliaram os dados, lembrando-se do ajuste de 71 mil vagas a menos nos dois meses anteriores.

Se o mercado fechou 2023 em grande euforia, com expectativas de cortes precoces nos juros dos EUA, 2024 começou com um tom de cautela diante dos dados do mercado de trabalho do país. Diante de um payroll bem acima do esperado, a expectativa de relaxamento monetário já em março esfriou, mas ainda é majoritária, com 66% das apostas para uma queda de 0,25%. E não para por aí, as apostas predominantes seguem um padrão de ajuste de 0,25% em sequência nas reuniões seguintes.

O clima de cautela foi potencializado pelo aumento das tensões no Oriente Médio. É importante ficar de olho nos noticiários, pois esses conflitos são um dos grandes condutores para o cenário este ano.

Outro fator importante que está chamando atenção é o petróleo, que abriu a semana acumulando uma baixa de 4%. O movimento ocorre devido ao corte de preços feito pela Arábia Saudita para determinados países. Segundo analistas, a forte redução se dá em parte para competição com produtores rivais, e também pela piora na percepção de fraca demanda global. No fim das contas, essa baixa tem forte potencial de impactar os dados de inflação de janeiro, que serão divulgados no próximo mês, reforçando a aposta de queda nos juros.

Vamos conectar os pontos. Temos uma expectativa de baixa expressiva nos juros americanos para este ano, juntamente com um mercado de trabalho resiliente e uma economia a todo vapor. Esse cenário faz parecer que o FED vai mesmo conseguir realizar um pouso suave na economia americana, mas ainda falta a prova real: os dados de inflação.

Para Esta Semana…

A agenda desta semana apresenta poucos destaques, sendo o mais significativo e crucial os dados de inflação dos EUA e do Brasil na quinta-feira. Este será o primeiro indicador de inflação do ano, apesar de refletir os resultados de dezembro, e possui um grande potencial para gerar volatilidade nos mercados. Esteja atento aos horários de divulgação e aos valores projetados. A expectativa é de 0,48% para o IPCA mensal e 0,2% para o CPI mensal.

Análise do Ouro

O contrato de ouro XAUUSD inicia a semana em forte baixa, seguindo a tendência da semana passada. Curiosamente, o contrato de dólar DXY também está em declínio, sugerindo que a queda no preço do ouro pode ser atribuída aos investidores buscando ativos de maior risco, uma vez que o S&P500 apresenta uma valorização significativa no dia. Estamos próximos de uma linha de tendência que servirá como suporte, juntamente com a média móvel de 50 períodos no gráfico diário. O CPI, a ser divulgado na quinta-feira, tem o potencial de influenciar o próximo movimento. Como de praxe, é possível especular em ambas as direções antes da divulgação dos números: uma quebra da linha de tendência justificaria uma queda, enquanto uma reação dos compradores justificaria entrar na tendência de alta que persiste desde outubro na análise de médio prazo.

Análise do Euro/Dólar

O par EURUSD encontrou suporte na média móvel de 50 períodos no gráfico diário e deixou um candle de forte indecisão no último pregão. Ficou evidente o respeito ao suporte ao manter-se dentro da linha de tendência de alta (LTA), e agora temos pontos bem definidos para estabelecer metas e stop loss. Estaremos atentos aos dados de inflação na quinta-feira para determinar a posição a ser adotada. Caso haja uma quebra na linha de tendência, o próximo ponto de referência será a média móvel de 200 períodos no gráfico diário.

Artigo por Marcos Praça, Analista ZERO Markets

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