Acompanhe as últimas notícias econômicas: taxa de juros americana sobe 0,25% e falas de Jerome Powell após a reunião do FOMC geram especulação. Também vamos discutir a crise bancária, a queda do EUR/USD e o comportamento do ouro.

Ciclo de juros pode ter chegado ao fim

O ciclo de juros pode ter chegado ao fim: taxa de juros americana aumentou em 0,25% na última quarta-feira, chegando a 5%-5,25%. Embora essa mudança fosse amplamente esperada, a especulação agora se concentra no discurso pós-FOMC.

Pós FOMC

Após a reunião do FOMC, o presidente do Banco Central dos Estados Unidos, Jerome Powell, falou sobre o futuro da política monetária do país. Powell sugeriu que o ciclo de aperto pode estar chegando ao fim, mas ainda está sendo avaliado. Ele também reconheceu que a crise bancária teve um impacto na decisão de não aumentar tanto os juros quanto o previsto.

Embora não haja previsão de alívio nos juros este ano, o Fed estará focado no aperto do crédito e em seus desdobramentos nas próximas semanas. Powell reconheceu que o Fed errou na supervisão do setor bancário e que o banco central trabalhará para corrigir isso, mexendo na regulação dos bancos médios. Ele reiterou a meta de inflação do Fed de 2% e afirmou que o banco central se concentrará em alcançá-la, embora possa levar algum tempo para a inflação chegar a esse nível.

Embora Jerome Powell, presidente do Banco Central dos Estados Unidos, tenha afirmado que o setor bancário “segue sólido e resiliente”, é importante observar o impacto das últimas notícias sobre o setor bancário. O First Republic Bank, o segundo maior banco americano, teve uma queda de 99% em suas ações nos últimos seis meses, o que destaca os desafios enfrentados pelo setor.

Bancos americanos que quebraram por preço dos ativos. Fonte: FDIC 

As aquisições por outros bancos podem estar sendo usadas como uma cortina de fumaça para maquiar a crise bancária. Hoje, mais um banco regional, o First Horizon, despenca 36%, o que indica que a crise bancária pode estar longe de acabar.

A queda das ações do First Horizon e a baixa acumulada de 1,9% desta semana no principal índice americano, o S&P500, mostram que a bolsa de NY não está animada. A expectativa de uma taxa de juros alta por mais tempo e a crise de crédito que está por vir, impulsionada pelo momento ruim do setor bancário, tende a desvalorizar as ações e demais ativos de risco, uma vez que o acesso a dinheiro fica cada vez mais difícil.

Apostas continuam contra

Apesar de o presidente do Banco Central dos Estados Unidos, Jerome Powell, ter deixado claro que não haverá alívio nos juros este ano, as apostas no mercado futuro da taxa de juros continuam contra. De acordo com o CME Group, as apostas majoritárias indicam uma manutenção da taxa na próxima reunião e um ajuste negativo nas seguintes, finalizando o ano em 4,5%.

Target Rate Probabilities, 13 dec 23 (CME Group) 

Não há dúvidas de que as apostas não estão alinhadas com o discurso do Powell, e podem estar precificando algo utópico, que caso não se concretize, poderemos ver uma correção nos ativos de risco. 

Análise do Ouro

O ouro tem acompanhado uma linha de tendência de alta, e recentemente teve um salto explosivo, deixando um grande pavio acima da resistência em U$2.050,00. Isso sugere que o mercado está em busca de proteção, e o ouro pode ser uma alternativa viável em momentos de incerteza.

Embora hoje tenha sido um falso rompimento, foi um ensaio para novas máximas que provavelmente veremos no futuro, especialmente com a desvalorização do dólar. Investidores que procuram diversificar suas carteiras podem considerar a inclusão do ouro como uma forma de proteção.

XAUUSD, 1D (TradingView)

Análise do Euro

Também ocorreu uma reunião do BCE onde a taxa de juros na Zona do Euro foi aumentada em 0,25%, atingindo 3,75%. O mercado estava dividido entre um ajuste de 0,25% e 0,50%, e com a mudança, o EURUSD recuou 0,5%, demonstrando desânimo em relação às expectativas de maiores aumentos em comparação com o aumento do Fed.

Mesmo com a queda, o par continua respeitando a linha de tendência de alta e a média móvel de 21 períodos como suporte, criando uma bandeira de alta junto com a resistência em US$1,107.

EURUSD, 1D (TradingView) 

Apesar da figura gráfica sinalizar alta, ambas as moedas estão muito expostas aos próximos resultados de inflação, que serão o driver determinante.