O dilema do FED: Crise Bancária afeta Payroll e Taxa de Inflação Americana

O Federal Reserve (FED), banco central dos Estados Unidos, está enfrentando uma situação delicada em relação à sua política de taxas de juros. Com a economia americana mostrando sinais de aumento da inflação, o mercado está pressionando o FED para aumentar as taxas de juros.

No entanto, isso pode colocar os bancos em uma posição difícil, já que a rápida subida das taxas pode sufocar sua atividade. Nesse contexto, os investidores estão divididos entre a possibilidade de uma manutenção da taxa ou um ajuste de 0,25%, que levaria as taxas de juros americanas a 5%.

Crise bancária muda os holofotes do FED

Como se já não bastasse o pedido de falência de três importantes bancos nos EUA, ainda fomos pegos de surpresa pela situação do Credit Suisse. Bom, na verdade, não foi tão surpreendente assim, afinal, há cinco meses atrás, o Credit Suisse já havia dado sinais de estar à beira da inadimplência.

O contrato de CDS, aquele que protege contra o calote, já havia disparado naquela ocasião. Agora, o CDS está novamente renovando sua máxima histórica, sinalizando que outros bancos estão comprando suas proteções contra um possível calote.

Volatilidade no horizonte

Na próxima quarta-feira, teremos o FOMC, onde o Banco Central Americano pode reajustar a taxa de juros. Diante dos indicadores econômicos desta semana, era unânime a aposta em uma aceleração no aumento dos juros, sendo considerado um reajuste de 0,75%, o que levaria a taxa base a 5,25%.

Vamos ligar os pontos; na última sexta-feira, tivemos um Payroll que deixou muitos investidores confusos. O Relatório de Emprego Americano veio acima do esperado, gerando 311 mil vagas de emprego em fevereiro, ante um consenso de 210 mil vagas. Olhando apenas por esse ângulo, aparenta uma economia forte e resiliente ao aumento de juros, mas vamos olhar um pouco mais a fundo.

O Payroll de fevereiro veio muito abaixo do de janeiro, onde foram criadas 504 mil novas vagas de emprego. Além disso, o número de horas trabalhadas semanais foi 0,1 abaixo do esperado, o ganho médio por hora 0,1% abaixo do esperado, o salário médio por hora 0,1% abaixo do esperado e a taxa de desemprego 0,2% acima do esperado.

Essa pequena mas poderosa diferença fez com que a expectativa de ajuste de juros do FED fosse transferida para terça-feira, onde sairiam os dados de inflação (CPI) de fevereiro.

O CPI de fevereiro foi de 0,5%, ou seja, 0,1% acima do esperado e, fazendo os cálculos, isso equivale a uma inflação anual de 6%, muito distante da meta do FED de 2%, o que faria todo o sentido um ajuste de juros de 0,75% na próxima reunião.

A decisão difícil do FED em meio à crise financeira

O Federal Reserve (FED) enfrenta uma situação delicada, com os bancos sofrendo os efeitos da mais rápida subida de taxa de juros na história dos Estados Unidos, enquanto os indicadores econômicos demandam mais juros para conter a inflação.

Com a mudança de perspectiva dos investidores, a decisão do FED se tornou ainda mais difícil. Atualmente, as apostas estão divididas em 26,9% para uma manutenção da taxa e 73,1% para um ajuste de +0,25%, levando a taxa de juros americana a um patamar de 5%.

Análise do Ouro

Com toda essa incerteza em torno do dólar e o medo de um colapso bancário, fica claro que há uma busca por proteção, e nada melhor do que o bom e velho ouro. O contrato XAUUSD já acumula alta de mais de 8% desde o seu suporte próximo aos US$1.800.

Somente hoje (23.03.223), o ouro acumulou alta de 2% e está sendo negociado em uma forte zona de resistência, na marca de US$1.950.

Apesar do cenário caótico, pode ser difícil atingir novas máximas, visto que já acumula seis pregões de alta praticamente consecutivos. No entanto, caso o rompimento se confirme, a próxima parada é no número redondo de US$2.000. O mais provável é que os investidores aguardem a decisão do FED na próxima quarta-feira, a menos que tenhamos algum novo impulso para movimentar o mercado até lá.

“Podemos ver que o mercado financeiro tem passado por uma fase de grande instabilidade, com muitas incertezas e volatilidade nos preços dos ativos. A crise bancária, a subida dos juros, a inflação acima do esperado e a busca por proteção em ativos como o ouro têm sido alguns dos principais temas em destaque. Diante deste cenário, o Federal Reserve (FED) tem enfrentado uma decisão difícil para ajustar a taxa de juros e controlar a inflação. Os investidores estão de olho nas próximas reuniões do FOMC, aguardando decisões importantes que podem impactar o mercado. Resta agora aguardar para ver como esses fatores vão influenciar as perspectivas para a economia global e para os investimentos”.

Marcos Praça, Analista ZERO Markets
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