Saiba mais sobre a volatilidade e especulação após o fechamento dos três principais bancos financiadores de projetos de cripto com taxas atrativas e entenda as consequências e possíveis soluções para investidores e empresas do setor.
Após colapso de importantes bancos para o setor de tecnologia, o mercado de criptomoedas entrou em forte volatilidade movida pela especulação de uma crise de liquidez.
Silvergate Bank, Silicon Valley Bank (SVB) e Signature: os três maiores bancos que financiavam grande parte dos projetos de criptomoedas por meio de taxas de juros atrativas. Todos fecharam – e o acesso de pessoas e empresas ao mercado de criptomoedas irá ficar mais difícil nos EUA. Podemos supor que, no futuro próximo, veremos essas mesmas empresas abrindo contas em bancos da Europa ou até mesmo na Ásia para conseguir acesso.
Todos foram pegos de surpresa.
Para se ter uma ideia do quão despreparado o investidor estava para essa a falência do Silicon Valley Bank, o SVB foi incluído na lista anual da Forbes dos melhores bancos dos EUA por cinco anos consecutivos. A reação do mercado foi bem clara, com uma desvalorização de 10% do Bitcoin, carregando todo o mercado de altcoins junto, muitas delas com perdas muito maiores.
Cenário apertado para as stablecoins
A emissora da stablecoin Circle tinha U$3,3 bilhões em reservas USDC vinculadas ao SVB. Com o problema no banco, a moeda USDC se desvinculou da paridade de U$1 – mas logo se recuperou.
Dan Yamamura, da Fuse, dá ênfase nos US$ 3,3 bilhões mantidos pela Circle no Silicon Valley Bank e diz que: “Muita gente pode se espantar e perguntar porque havia tanto dinheiro em um só banco. É importante lembrar que nem todos os bancos do sistema estadunidense são autorizados, ou têm interesse, para negociar e estabelecer relações com empresas como a Circle”.
Entre outros problemas, as empresas emissoras de stablecoins agora se deparam com o desafio em encontrar bancos para firmar parcerias e que sejam bem aceitos pelos reguladores. Além disso, temos também o risco bancário, que ameaça parte do lastro das stablecoins.
No meio de toda essa confusão, a Coinbase decidiu dar um passo a mais em sua guerra contra a Binance, e interrompeu as negociações de BUSD.
A CoinBase garantiu a seus clientes que os fundos BUSD permanecerão acessíveis aos clientes e poderão ser sacados a qualquer momento.
Fico pobre / Fico rico
Da mesma forma que o mercado caiu, já voltou com força total – inclusive rompendo a resistência dos 25 mil dólares do Bitcoin.
O pânico nos EUA falou mais alto e as apostas se voltaram para a resposta do FED (Federal Reserve Board) para esse novo problema.
Primeiramente, o Banco Central Americano tomou as rédeas e assegurou que todos os clientes do SVB irão receber seus saques essa semana. Fora isso, é unanimidade entre os analistas que seria imprudente elevar o ritmo de aumento de juros nesse momento delicado (aumento esse que foi uma das principais causas do problema do SVB).
Sendo assim, agora a expectativa é de uma trégua, independente do resultado da inflação americana. Dessa forma, os ativos de risco tendem a se valorizar, uma vez que os ativos livres vão congelar, pelo menos por enquanto.
Análise do Bitcoin.
A queda do Bitcoin despertou um forte interesse de compra na “zona do bola”, o número redondo de 20 mil dólares.
A partir daí iniciou-se um movimento direcional comprador muito forte, que acabou animando até demais o mercado, criando um falso rompimento dos 25 mil dólares, chegando a ser negociado acima dos 26 mil com um volume de negociação muito acima da média.
Apesar de toda a volatilidade, voltamos para o mesmo ponto duvidoso que estávamos antes: a tentativa de um real rompimento dos 25 mil dólares. Por hora, continua se mostrando um ótimo ponto para realizar lucros ou especular uma venda, desde que com o stop curto – afinal, o próximo movimento pode nos levar aos 30 mil dólares.
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