O corte de juros americano foi confirmado para setembro, mas agora queremos saber… De quanto ele será? Enquanto isso, no Brasil, o foco está no Copom, que enfrenta um cenário de incerteza após o diretor do Banco Central, Gabriel Galípolo, sugerir uma possível alta de juros na próxima reunião.
Corte de Juros nos EUA Confirmado para Setembro: A Grande Pergunta Agora é “Quanto?”
A sexta-feira foi marcada por um evento crucial que agitou o mercado financeiro global. Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed), declarou de forma sucinta: “Chegou a hora”, sinalizando o início do afrouxamento monetário nos Estados Unidos. Essa declaração marca um novo capítulo na política econômica do país, mas Powell deixou dúvidas no ar ao não detalhar a magnitude do primeiro corte na taxa de juros ou a duração do ciclo de flexibilização.
Apesar de seu tom enigmático, Powell indicou preocupação com a rápida desaceleração do mercado de trabalho. A atenção agora se volta para o próximo relatório de emprego, o payroll de agosto. Se os números forem ainda mais fracos do que os de julho, é provável que o Fed adote uma postura mais agressiva em sua política de cortes de juros.
Cenário Brasileiro
No Brasil, o foco está no Comitê de Política Monetária (Copom), que enfrenta um cenário de incerteza após declarações do diretor do Banco Central, Gabriel Galípolo, sugerirem uma possível alta de juros na próxima reunião. No entanto, a recente postura do Federal Reserve (Fed) nos Estados Unidos pode proporcionar algum alívio ao Banco Central brasileiro. Com a provável redução das taxas de juros americanas, espera-se uma menor pressão sobre o câmbio, o que, por sua vez, pode contribuir para a contenção da inflação.
Além disso, as expectativas para o IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15), considerado uma prévia da inflação oficial, indicam uma desaceleração.
Paralelamente, cresce a expectativa pelo anúncio dos novos diretores e do novo presidente do Banco Central do Brasil, previsto para os próximos dias. A nomeação desses cargos é crucial, especialmente com o Senado se preparando para um esforço concentrado no início de setembro, visando sabatinar e aprovar os nomes antes das eleições e da próxima reunião do Copom. Esse cenário adiciona uma camada extra de complexidade às decisões econômicas iminentes, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos.
Agenda da Semana: Eventos Econômicos Cruciais à Vista
A semana promete ser movimentada, com a divulgação do PIB da Alemanha na terça-feira e dos Estados Unidos na quinta-feira. Na quinta-feira, também serão divulgados os pedidos de seguro-desemprego nos EUA, um dado semanal que, apesar de sua frequência, possui grande potencial especulativo, especialmente por ser o último relatório de trabalho antes do payroll.
Na sexta-feira, a atenção se volta para o CPI na Zona do Euro e o PCE nos EUA. Este último é o dado mais importante da semana, pois representa a medida de inflação preferida pelo Federal Reserve (Fed) e terá um peso significativo na definição do tamanho do primeiro corte de juros em setembro.
Análise do Ouro (XAUUSD)
O contrato de ouro XAUUSD está sendo negociado próximo à resistência de US$ 2.500 por onça e permanece consolidado desde a semana passada. Nesta segunda-feira, o preço abriu a semana perto do topo histórico, mas sem apresentar força suficiente para um rompimento no início do pregão. Dado que esse é um ponto de disputa entre compradores e vendedores, é recomendável aguardar a confirmação no gráfico diário, seja de um rompimento ou de uma correção.
Análise do Euro/Dólar (EURUSD)
O par EURUSD começa a semana confirmando o movimento de alta observado na semana passada, com forte potencial para alcançar a próxima resistência em US$ 1,123. Já foram rompidas duas resistências sem correção, e a próxima marca o topo de uma consolidação de médio prazo, sendo uma resistência robusta e com alta probabilidade de correção, dado o contexto anterior.
Artigo por Marcos Praça, Analista ZERO Markets
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